domingo, 6 de novembro de 2011

Gandhi - O Apóstolo da Não-Violência


Meus queridos,
Escrever sobre Gandhi, é um imenso prazer. Gandhi representa um verdadeiro exemplo de vivência dos ensinamentos do Cristo.
Bem aventurados os mansos, pois herdarão a terra. Gandhi nos provou que é possível.

Fraternalmente,
Marcos
------------------------------------------------------------
Mohandas Karamchand Gandhi foi um grande líder espiritual e pacifista indiano. Filho de pai político e mãe religiosa, Gandhi nasceu na cidade indiana de Bombaim, no dia 2 de outubro de 1869. Durante a infância e adolescência foi educado na Índia. Ao fim da adolescência foi estudar em Londres (Inglaterra), onde cursou direito. Ao graduar-se advogado retornou para a terra natal, onde se tornou membro do Supremo Tribunal de Bombaim. Em 1893 mudou-se para a África do Sul para trabalhar como advogado, onde atuou em defesa da minoria Hindu pela igualdade dos seus direitos.
Após atuar mais de vinte anos na África do Sul, Gandhi resolve retornar à Índia, em 1914, com o firme propósito de defender seus ideais, onde deu inicio a campanha pela paz entre Hindus e Muçulmanos que se encontravam em constantes conflitos, para atuar, intensamente, contra o domínio Britânico na Índia. Gandhi defendia a criação de um estado autônomo Indiano. Em função destas posições foi preso por diversas vezes pelos Britânicos.
Gandhi era contra a violência, defendeu as várias formas pacíficas de protesto como, por exemplo: passeatas, greves, jejuns e retiros espirituais. Foi uma das principais figuras no processo de independência da Índia. Obteve bons resultados na pacificação entre Muçulmanos e Hindus. Porém, foi assassinado em Nova Délhi, em 1948, por um extremista Hindu, que num único e último suspiro, Gandhi, declarou o nome de Deus. Diante de toda esta dedicação passou a ser chamado de Mahatma, "grande alma", Gandhi.


Não-Violência

A vida tem sentido quando estabelecemos o reino de Deus na terra, ou seja, quando tentamos substituir uma vida egoísta, nervosa, violenta e irracional por uma vida de amor, de fraternidade, de liberdade e de raciocínio.
A não-violência dos fortes é a força mais potente do mundo.
A não-violência é a lei dos homens, a violência é a lei dos brutos.
A não-violência é a mais alta qualidade da oração. A riqueza não pode consegui-la, a cólera foge dela, o orgulho devora-a, a gula e a luxúria ofuscam-na, a mentira esvazia-a, toda a pressa não justificada a compromete.
Para tornar-se verdadeira força, a não violência deve nascer do espírito.
Existe a não-violência do fraco, do velhaco, mas dessa nunca resultará nada de bom.
Não-violência não quer dizer renúncia a toda forma de luta contra o mal. Pelo contrário. A não-violência, pelo menos como eu a concebo, é uma luta ainda mais ativa e real que a própria lei do talião, mas em plano moral.
A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso de armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas de que o mundo dispõe.
Um satyagrahi (aquele que pratica a não-violência) conta exclusivamente com Deus, que é a ajuda dos indefesos... Sua força vem do íntimo, da fé em Deus. Deus torna-se seu escudo quando ele tiver deposto todas as armas terrenas.
Creio que a não-violência é infinitamente superior à violência, e que o perdão é bem mais viril que o castigo...
Não sou utópico: considero-me um idealista prático. A religião da não-violência não é apenas para os rishi (profeta) e para os santos; é também para gente comum.
A não-violência, em sua concepção dinâmica, significa sofrimento consciente. Não quer absolutamente dizer submissão humilde à vontade do malfeitor, mas um empenho, com todo o ânimo, contra o tirano. Assim um só indivíduo, tendo como base esta nossa lei, pode desafiar os poderes de um império injusto para salvar a própria honra, a própria religião, a própria alma e adiantar as premissas para a queda e a regeneração daquele mesmo império.
Este método pode parecer demorado, muito demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido.
Após meio século de experiências, sei que a humanidade não pode ser salva senão pela não-violência. Se bem entendi, é esta a lição central do cristianismo.
A não-violência é o primeiro artigo da minha fé; e é também o último artigo do meu credo.
Democracia e violência não podem coexistir. É blasfêmia dizer que a não violência só pode ser praticada por indivíduos e não por nações compostas de indivíduos.
Violência é sempre violência. A violência é sempre um erro.
Sei que aventurando-me na não-violência me exponho àquilo que justamente pode ser definido como risco louco: mas as vitórias da verdade nunca foram obtidas sem riscos, riscos muitas vezes de extrema gravidade.
Estou ansioso, impaciente até, por demonstrar que não há outro remédio para os males da vida além da não-violência...
Quando me tornar incapaz de fazer o mal e quando nada de soberbo ocupar, embora momentaneamente, o mundo dos meus pensamentos, então a minha não-violência moverá os corações dos homens. Não coloquei perante mim nem perante meus leitores um ideal impossível. É um direito natural do homem.
Perdemos o Paraíso, mas foi só para reconquistá-lo. É preciso tempo, mas trata-se apenas de um grãozinho no céu completo do tempo.
Justifico plenamente a não-violência e considero-a possível nas relações entre os homens e entre as nações; mas não se trata de uma renúncia à verdadeira luta contra a malvadez. Pelo contrário: a não-violência, como eu a entendo, é uma luta mais ativa e mais verdadeira que a vingança, que por sua natureza aumenta o mal.
O mundo não é totalmente governado pela lógica; a própria vida envolve certa espécie de violência, e a nós nos compete escolher o caminho da violência menor.
Quero um socialismo puro como um cristal. São precisos, portanto, meios puros como o cristal para consegui-lo. Meios impuros resultam num fim impuro. Não obteremos a igualdade entre o príncipe e o camponês cortando a cabeça do camponês. Cortar cabeças não pode equiparar quem dá trabalho a quem é assalariado...
Só os socialistas sinceros, não-violentos e puros de coração conseguirão instaurar uma sociedade socialista na Índia e no Mundo.
Da mentira e da violência nunca pode resultar um bem permanente.
Procuro amassar completamente a ponta da espada do tirano: não oponho um aço mais afiado, e assim ludibrio sua esperança de ver-me oferecer uma resistência física. Encontrará em mim uma resistência de alma que escapa a seu cerco.
Não devemos considerar ninguém como irrecuperável. Devemos procurar compreender a psicologia de quem faz o mal. Muitas vezes é vítima das circunstâncias. Com a paciência consegue-se conquistar alguém para a causa da justiça. Não devemos, além disso, esquecer que também o mal é alimentado com a colaboração, querida ou não, do bem. Só a verdade se mantém por si só. Em última análise, devemos vencer o adversário isolando-o completamente e privando-o da nossa colaboração.
A humanidade só pode ser salva pela não-violência, que é o ensinamento central do cristianismo.
A força de um homem e de um povo está na não-violência. Experimentem.
A única coisa que as nações do Ocidente ensinaram ao mundo, com as letras de fogo, foi que a violência não leva nem à paz nem à felicidade. O culto da violência não tornou felizes, nem melhores, elas ou aquelas com quem entraram em contato.
Devem renunciar à espada pois já compreenderam que ela é o símbolo não de sua força, mas de sua fraqueza. Não significa coragem.
Devo confessar minha falência, não a da não-violência.
Olho por olho, e o mundo acabará cego.
Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá,
Agradecemos sua visita! Deixe seu comentário.
É sempre bom ouvir os amigos. Volte sempre! Um grande abraço de Luz!
France e Marcos