Cem Anos de Mentira

"Cem Anos de Mentira desafia, corajosamente, nossa autodestrutiva acomodação de ingerir, entre outras coisas, alimentos processados e medicamentos modernos."

Quando li este livro, há exatamente 3 anos, minha cabeça deu uma volta de 360 graus, e se na época já questionava muitas coisas em relação a nossa existência, depois de lê-lo, entendi o axioma que diz: "o caminho é solitário". Claro que muitos trazem à luz, verdades conquistadas muitas vezes com enormes sacrifícios, mas o mundo em que vivemos, não permite a expressão da consciência em sua plenitude. Compartilho com vocês, um pequeno trecho deste livro, escrito por Randall Fitzgerald, repórter investigativo, que nos brinda com um pouco do despertar.
Que possamos reconquistar o direito de pensar e de agir, de verdade, e daí, começarmos a viver os Anos da Verdade.
Marcos

Mitos que Acalentamos
• A toxicidade é problema dos outros
• O governo sabe o que é seguro
• Há verdade nos rótulos
• O veneno está na dosagem
• Nosso corpo pode aguentar semelhante carga
• Aditivos alimentares são inofensivos
• Adoçantes artificiais são seguros
• Ração para animais de estimação é inofensiva
• O governo assegura que as drogas são seguras
• A mesma dosagem serve para todo mundo
• Água fluoretada é saudável para nós
• Vacinações são sempre benéficas
• As drogas prolongaram nosso tempo de vida
• Plásticos são inofensivos
• Testes com animais são um parâmetro confiável para prever mudanças na saúde humana
• A depressão somente pode ser tratada com drogas
• A alimentação não gera violência
• Somente as drogas podem aliviar a dor
• Alimentos orgânicos são sempre puros
• Etc ......

O Sistema de Crenças Sintético


A conexão entre todas as histórias, estudos e níveis de toxicidade citados nas páginas precedentes está em um sistema de crenças que emergiu durante o século XX. Alguns o chamam de vida melhor graças à química. Eu o chamo de Cem Anos de Mentira. A mentira começou a ser posta em prática em 1906, ano em que o Congresso norte-americano promulgou o Decreto sobre a Pureza dos Alimentos e Remédios, a primeira lei desse tipo que deu ao público uma falsa noção de segurança sobre sua alimentação e seus remédios. Enquanto registramos o centenário dessa lei, é oportuno examinar sob uma perspectiva histórica o sistema de crenças que ela originou.
A revolução dos produtos sintéticos é um subproduto das atividades de três importantes setores da economia norte-americana: a indústria de alimentos processados, a indústria farmacêutica e a indústria química. Os interesses econômicos desses grupos influenciam nossos hábitos alimentares e nossa saúde, desde o útero materno até o túmulo. O controle que concedemos a eles sobre as nossas vidas provém diretamente da nossa aceitação do conceito fundamental desse sistema de crenças: substâncias sintéticas, criadas em laboratórios, são tão benéficas quanto – e mais eficientes que – os alimentos e remédios produzidos pela natureza. Essa alegação é o que eu defino como os Cem Anos de Mentira.
Nossa doutrinação na mitologia das substâncias sintéticas tem suas raízes mais profundas numa fé reverente na ciência e na tecnologia, cujos poderes simultaneamente nos abençoaram e nos cegaram. Vivemos em um sistema próspero, no qual os princípios econômicos de oferta e procura, mercados competitivos e do lucro como motivação dirigem, implacavelmente, a industrialização da nossa comida, nossos remédios e os cuidados com nossa saúde. Esse sistema criou uma alimentação mais barata e abundante e produziu uma variedade de tecnologias médicas capazes de salvar e de prolongar nossas vidas de maneiras quase miraculosas (desde que possamos pagar por elas). Mas, o que deixamos passar? O que sacrificamos, em troca disso?
De acordo com as escolhas alimentares que fazemos, nós parecemos haver trocado a segurança de nossa saúde, a longo prazo, por preços mais baixos e praticidade – ainda que a vantagem econômica seja ilusória, visto o montante das despesas médicas que uma dieta de alimentos processados pode acabar acarretando. Este livro irá demonstrar como a proliferação avassaladora dos alimentos industrialmente processados (mais de 300 mil tipos à venda nos supermercados), das drogas vendidas sob prescrição médica (mais de 30 mil disponíveis) e daquelas livremente comercializadas (mais de 200 mil marcas) constituem uma sinergia intrinsicamente tóxica. Nós já introduzimos milhares de produtos químicos na nossa dieta. De que modos cada um deles irá nos afetar? E como cada um deles poderá reagir em contato com os outros dentro dos nossos organismos? O estudo da sinergia – as maneiras pelas quais os produtos químicos podem reagir entre si de modo inesperado – é um campo novo, no qual pesquisadores vêm fazendo alarmantes descobertas. Envolver nossa comida e nossos remédios na mistura tóxica de substâncias químicas sintéticas – que, agora, começa a transparecer em todos os aspectos da vida e do meio ambiente – é uma receita infalível para produzir a falência de nosso sistema imunológico e um verdadeiro desastre nos sistemas de saúde pública e de previdência social.
A premissa fundamental na qual a medicina moderna está baseada, o Juramento de Hipócrates (com sua ordem expressa de não fazer o mal), parece não ser mais a motivação principal daqueles que produzem remédios e provêem assistência médica – a não ser em momentos de ponderação sobre como poderiam evitar processos judiciais. Considere esta representativa amostra de descobertas, coletadas de fontes confiáveis, sobre o que realmente contém a água que bebemos, as vitaminas e drogas sob prescrição médica que tomamos, as vacinas que recebemos na infância, os cosméticos e outros produtos que utilizamos em nossas casas:
• Quando você lê “com sabor natural de” na embalagem de qualquer alimento, é provável que esteja sendo enganado, porque os sabores naturais ou artificiais geralmente contêm as mesmas substâncias químicas sintéticas.
• Nas grandes fazendas produtoras, 100% do gado criado para o abate recebe cinco ou mais tipos de hormônios sexuais diferentes – como progesterona e testosterona -, para acelerar o ganho de peso, e esses hormônios são conhecidos por causar disfunções no sistema reprodutivo e câncer nos seres humanos.
• Muitos dos laticínios e produtos derivados de carne são obtidos de animais alimentados com ração de origem animal, feita com os restos mortais de dezenas de milhões de cães e gatos sacrificados – com injeções de drogas letais – em centros de controle de zoonoses e clínicas veterinárias.
• Estão começando a surgir comprovações médicas de que os adoçantes artificiais empregados na fabricação de refrigerantes dietéticos podem causar tumores cerebrais e distúrbios neurológicos, como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson. A ocorrência dessas doenças tem aumentado dramaticamente, na mesma proporção em que se expande a utilização dos adoçantes sintéticos.
• Ao menos 70% dos alimentos processados à venda nos supermercados contêm, no mínimo, um ingrediente geneticamente modificado , cujo potencial de causar danos à saúde ainda não foi testado.
• Nos Estados Unidos, mais de 3 mil substâncias químicas sintéticas são regularmente adicionadas aos produtos alimentícios, e praticamente nenhuma delas jamais foi testada quanto ao seu potencial sinérgico (interativo) com outras substâncias para produzir toxinas no organismo humano.
• A maioria das vitaminas e suplementos alimentares vendidos nos Estados Unidos, anunciadas como “naturais”, são, na verdade, preparações químicas sintéticas, que contêm alcatrão, conservantes, corantes artificiais e uma vasta gama de outros aditivos potencialmente danosos à saúde.
• Mais de 25 mil produtos químicos são empregados na fabricação de cosméticos, nos Estados Unidos, ainda que menos de 4% deles já tenham sidos testados quanto à toxicidade e à segurança de sua utilização.
• Na composição das cerca de nove vacinas administradas às crianças americanas em idade pré-escolar incluem-se substâncias como mercúrio, alumínio, glutamato monossódico, formaldeídos e várias outras associadas a distúrbios que variam desde danos ao cérebro e ao sistema nervoso até o autismo e o distúrbio de déficit de atenção (DDA).

Livro: Cem Anos de Mentira
Autor: Randall Fitzgerald